O futuro do comércio é mais sobre a Experiência do que sobre a tecnologia
Recentemente estive em Nova Iorque para a NRF Big Show e visitei uma loja da Amazon, isto mesmo, uma loja da Amazon em NY, a Amazon Books. É sobre esta experiência que quero falar hoje aqui neste post.
Sempre que visito os Estados Unidos tenho o hábito de fazer compras na Amazon.com e receber nos lockers, algo que por si só já é bem revolucionário. Imagine você comprar no seu telefone celular, com preços extremamente competitivos, quando não é bem mais barato, receber em um ou dois dias em um local que você pode geralmente acessar 24 horas e no caso de não buscar em 5 dias seu dinheiro ser devolvido. É assim que funciona a compra para pegar em lockers da Amazon, dispensando a taxa de hotéis para recebimento de pacotes.
Quando falamos em Amazon, não podemos deixar de falar em comércio eletrônico e sempre imaginar algo acerca da extinção de lojas físicas, como ela mesmo protagonizou com algumas livrarias de bairro ao instituir a entrega sem taxas, as vezes embutida no preço e na associação Prime.
No meu passeio pela loja, o sentimento era misto entre estar em uma loja física e online, o modelo de indicações baseado em algoritmos estava alí na minha frente, disposto em prateleiras reais, me remetendo a mesma pergunta que faço no site quando vou comprar livros: Comprar em papel ou no Kindle?
A busca de preços é feita via aplicação e escaneamento de código de barras ou fotos dos produtos com preço igual ao da web, o que me remete a pergunta se eu quero carregar agora ou receber em minha casa ou locker. Uma experiência diferenciada em um modelo conhecido. Sem entrar na idolatração da marca ou assumir que é a mais barata, temos claramente uma visão de adequar os modelos atuais abrindo portas para experiências diferenciadas dentro de um mesmo plano, já conhecido e proporcionando ao consumidor algo novo.
O pagamento é feito por meio da própria aplicação onde você simplesmente abre uma opção do menu (amazon books), apresenta um QRCode ao caixa e está pago, levando um tempo minimo de fila, sendo o caixa praticamente somente para o empacotamento. Esta possivelmente é uma das coisas que mais aumenta a boa avaliação do estabelecimento, pois além de achar o que você procura, com preços adequados, ninguém aceita filas muita extensas e um pagamento complexo. A forma de pagar sem pegar em nenhum dos meios, o tal hands-free cash-free é realmente a visão do paraíso na experiência de consumo.
Claro que isso se deve a Dados, análises e muito mais, baseado em experimentos e na utilização de algoritmos já validados no e-commerce. Além é claro de muita pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.
Tenho estudado bastante o tema e como trazer, medir e modificar modelos reais usando inteligência artificial, estamos participando de diversos eventos e criando algumas tecnologias para reconhecer pessoas e seus comportamentos e posso afirmar que em um futuro bem próximo teremos experiências bem mais ricas em lojas e estabelecimentos comerciais.
Falando em uma experiência totalmente diferente, temos a recém inaugurada ao público Amazon Go, da mesma gigante, a loja anunciada no final de 2016 teve finalmente suas portas abertas agora em janeiro de 2018 e conta dentre a principal diferença das outras da região e do mundo com a possibilidade de termos a liberdade de escolher, pegar, colocar no carrinho ou sacola, sair e depois que passarmos da porta sermos cobrado por meio da aplicação. A mesma que me possibilitou pagar a compra dos livros que fiz na loja de NYC.
Em março agora estarei em Seattle para um evento e aproveitarei para visitar, comprar e trazer por aqui a minha narrativa. Tecnologicamente falando isto é sensacional! Mas e quanto ao futuro? quando veremos isso em escala? Bom, eu apostaria que essa modalidade em breve estará em um varejo grande americano, a Whole Foods, adquirida pela Amazon em 2017.
Vamos ver o que vem por ai.