Veículos Autônomos - Uma realidade dentro de alguns anos
Os dias atuais estão nos levando a crer que em muito breve os veículos autônomos estarão em circulação, mas, ainda dependemos de diversos fatores que vão desde regulamentação a cultura. A pergunta que me faço é se já estamos preparados para tanta “modernidade”.
Pensando em mobilidade urbana não temos como não pensar nos serviços de aplicativo para “caronas pagas”, como Uber, 99, e alguns outros. No Brasil vemos diversos problemas acontecendo e sendo resolvidos moldando o futuro deste caminho, motoristas bandidos, relação de culpa da empresa sendo levantada, questões trabalhistas e muito mais. Todas as questões vêm surgindo sem prévio pensamento pois estamos cada vez mais rápidos nessa corrida e estamos aprendendo no próprio voo.
Semana passada a Uber foi condenada a pagar os direitos trabalhistas a um motorista e reconhecer seu vínculo como empregado. Empregado de um serviço onde o motorista que contrata o aplicativo e paga um percentual a ele? Este é só mais um processo de tantos que a empresa já ganhou em estâncias superiores, mas é fato que ainda estamos nos acostumando com tudo isso e ainda levará um tempo.
Em São Francisco, foram colocados patinetes para uso na cidade, inicialmente algo que fora apontado como mais uma das coisas a serem seguidas por outras cidades no quesito de mobilidade urbana. Eu achei muito legal a iniciativa e recentemente em um evento em Santa Clara presenciei um painel com membros do executivo falando sobre o problema de o público estar depredando e abandonando os patinetes em vias públicas, gerando um problema maior, até então não pensado. Vide o caso das bicicletas de aluguel no Brasil, fraudes, roubos e até venda delas em “marketplaces” conhecidos, as vezes até com a pintura original.
Fato é que temos um potencial agora para novidades, e elas apontam para o compartilhamento e também para os veículos autônomos. A Volkswagen declarou recentemente um investimento de mais de $3 bilhões de dólares em inovação nesse setor, vem por aí um novo sistema operacional, conectividade com uma nuvem própria e um serviço de compartilhamento de veículos. Podemos esperar carros que “enxergam” vagas para estacionar, interagem com mapas e tomam decisões.
A Dominos, rede de pizzaria americana já faz algumas entregas com carros autônomos nos Estados Unidos o que nos leva a pensar em diversas novas possibilidades. Algo até então visto dentro de indústrias com empilhadeiras sem operadores, tomando as ruas e movendo um mercado bilionário nos próximos anos.
Em janeiro deste ano, na CES, feira que reúne os maiores lançamentos de tecnologia do mundo, estive de perto um dos veículos da Aptiv, trata-se de uma pequena frota de carros autônomos que bateram recentemente a marca das 5000 viagens pagas em Las Vegas desde a feira. Este é mais um dos exemplos que a tecnologia é segura e vem ganhando corpo, autonomia e principalmente evoluindo para torná-la ainda mais segura e acessível. Para ter acesso basta pedir pelo aplicativo da Lyft para corridas na Strip (ainda somente em Vegas).
Nesta mesma pegada, a Waymo, uma das empresas do Google, vem operando e ajustando seu serviço em Phoenix no Arizona, ela tem levado voluntários dentro de um táxi sem motorista. O mais interessante é que pensamos nisso como sendo um serviço, mas no fundo o foco está mais na experiência dentro do veículo e na viagem. As pessoas estão no centro do negócio e nos objetivos também.
Além de carros temos drones tripulados e helicópteros também neste cenário. Enfim, muito nos espera nos próximos anos.
Texto: Jorge Maia