Apple Watch - Especificações técnicas ou funcionalidades?
Recentemente a Apple lançou a 4a série de seu relógio, além das diversas melhorias de hardware, liberdade de comunicação direta com a rede e outras novidades no design, as coisas que mais chamaram atenção foi a possibilidade de detectar quedas dos usuários, avisos de saúde baseadas nas leituras cardíacas e inferência de qual esporte estava sendo praticado. Claro que o ponto chave da apresentação foi o novo mecanismo de leitura de eletrocardiograma que permite ao toque do dedo fazer a leitura de um eletro daquele momento, mecanismo totalmente inovador para um dispositivo vestível com uma bateria que promete durar até 18 horas.
Pensando neste lançamento, vejo diversos componentes já conhecidos no quesito especificações do equipamento, algo que antigamente (2 anos atrás) era o que definia a compra. Atualmente pouco interessa o que tem no produto, mas sim o que ele é capaz de fazer, perguntas sobre especificações se transformaram em necessidades que as vezes não tínhamos e este é o balizador da compra. Qual a banda de 4G do telefone? Qual o tempo de aquisição de dados em um ECG? Qual o microfone embutido? São perguntas que não fazem mais parte do cenário e sim as funcionalidades e a inteligência que o dispositivo nos fornece, em resumo, no que ele agrega valor ao seu dia a dia. Posso dizer sem muita chance de errar que mais de 40% da apresentação do novo relógio falava de funcionalidades de Inteligência Artificial, baseada na aquisição de dados ou na utilização de dados de outras aplicações promovendo mais produtividade aos futuros usuários e forçando ações de saúde por parte deles.
Ao pensar novamente em especificações, fora o mecanismo de ECG, não vi nada que sensores de fabricantes de mercado não entreguem e que conseguimos facilmente criar dentro de um dispositivo vestível. O resumo desta ópera é que temos atualmente uma necessidade de embutir a inteligência no produto e estamos vivendo uma nova corrida, e esta, permite que todos briguem com chances de vitória, pois cada vez mais temos a possibilidade de resolver problemas complexos com inteligência artificial em dispositivos com menos capacidade de processamento, algo que estamos vendo nascer nos últimos anos e promete muito para os próximos.
Texto: Jorge Maia